sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Parto sincronizado
Quem já conviveu com grupos de mulheres que frequentam um mesmo grupo social sabe que existe uma tendência destas sincronizarem os seus ciclos hormonais. Não se sabe bem porque isso acontece mas existe uma hipótese de que se elas tiverem filhos em uma mesma época isso seria melhor para as crianças por elas cooperarem na criação desta geração. Assim, existe um substrato para que a seleção natural atue sobre aquelas mulheres mais sensíveis a sincronizar o seu ciclo com o de outras. Mas por mais que elas sincronizem os seus ciclos e seus bebês sejam concebidos em um mesmo par de dias, nós sabemos que é muito improvável que os partos sejam na mesma noite.
Mas para as fêmeas de suricatos de Uganda (Mungos mungo) isso acontece. Hodge e colaboradores (2010), observaram que 64% das fêmeas desta espécie dão a luz aos seus filhotes na mesma noite. Então eles também procuraram saber qual seria a pressão seletiva que levaria à tamanha sincronia. Como existem ainda os outros 36% de filhotes que nascem ou antes ou depois da tal noite, eles observaram que filhotes que nascem antes sofrem maior infanticídio e filhotes que nascem depois tem pior ganho de peso. Isso é, aqueles que nascem na tal noite entram no bolo e não são mortos porque as mães ficam na dúvida se estão matando sua própria cria. Já os que nascem depois morrem mais por serem menores e perderem a competição por recursos.
Ia ser legal investigar qual é o mecanismo utilizado para tal sincronia. Será que sincronizar a data da fertilização é suficiente? Ou sera que também é possível acelerar ou retardar o desenvolvimento do embrião e as reações fisiológicas maternas que acontecem antes do parto?
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